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sábado, 2 de junho de 2012

me dá um tempo pra dizer que ainda resta amor. e é amor bom, de mãe, de filho, do que digo e finjo dizer que digo. é que me resta mesmo, tenho vontade de tudo mais, até de ter mais um pouco de vontade. sobra-me verdades nas palavras não ditas, quero mais tempo para dizê-las. dessa vez tenho até a certeza mais que obsoleta, só falta o tempo de expô-las. é que há tempos eu tinha sido um fora de mim, uma incerteza na vida, uma receita estragada. e sempre quis me achar pronto, e sempre procurei por esse meu eu pronto. é que sempre me frustrei com a ausência daquele eu. mas continuava a procurar e procurando deixei de fazer o que poderia ser mais simples, mais humano, mais real... em tempo! Só que não. E ainda assim, resta-me ainda muito, dá-me um tempo.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

...e ainda tenho forças. É só retomar todas as lembranças boas, vejo vidas nelas.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Está tudo tão nostálgico e incerto, como aquele antes, onde eu parava para pensar e parava, para pensar! E  às vezes é tão óbvio que estamos sendo tolos, insistindo nas folhas secas que não mais brilham de um amarelo-sol. E é claro, como a certeza mais cartesiana, de que as coisas continuarão a ser como são, como eram, como  tem de ser, mesmo. E fico eu, nessa minha insistência, esperando pelo que, nessas minhas suposições, poderia dar certo. Não vai! Já  é, já está, já  foi, era,  era de Era, de uma  Era incompleta. Mas então, aí reside a minha resistência, nessa incompletude, no que não se acertou. Poderia, ao menos, ter ficado bem claro que éramos vidas de cabeças-atoas, bem independentes. Mas há, meu desejo chorão é de que haja um resquício menos racional de... de carinho? E me dói mais ainda é que deixastes eu partir, como naquela canção,  do "You Sent Me Flying". E porquê? E pra quê? Se poderíamos ser uma única cabeça, ou até cabeças partidas, mas de um entendimento qualquer...

"How much more torture would you have put me through?..."

segunda-feira, 19 de março de 2012

"Pra não dizer que não falei..."



É como se eu estivesse ao som daquela música engajada, encaminhando-me com a multidão na direção da luta, da liberdade, de "peito aberto", com gritos cada vez mais audíveis e se intensificando... E ao mesmo tempo, estou na mesma sala pouco iluminada, só luminária e minha velha xícara de café. Mas meu ímpeto é o mesmo, sinto-me rodeado por um multidão revolta, compartilhando o mesmo sentimento, dono de um mesmo ideal de luta por liberdade. E então, não estou livre? Talvez sim, talvez sim... sempre nessa incerteza. É que me incomoda o fato de a vida nunca ter me dado uma certeza. E permaneço eu, impetuoso, gritando ao vento que leva meu murmúrio alto... já não grito. Sempre estive aqui,  manterei minha luminária acesa. Em tempos de tensão, nuvens de orgulho pairam sobre nossa cabeça. É a racionalidade falando mais alto, é o som interior de que a revolta agora é minha. E só minha.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"ArejAí"



Não estou disposto a amizades voláteis, a pessoas que vem e vão, a flores que me encantam e imediatamente me entristecem por murcharem. Não! Estou em dívidas comigo mesmo por ter passado um longo tempo esperando a graça das pessoas, o prometido riso do passarinho, "a sorte de um amor tranquilo". Decidi dar mais tempo às coisas que não tem tempo marcado e curtir a duração despretensiosa daquilo que não tem pretensão alguma. Sim! É assim meu caro, estou pronto pra pular janelas, correr atrás de cão vira-lata serelepe, gritar pela Dona Cila e ouvir, sereno, o seu cântico. Quero uma vida dessas de incertezas pacíficas, não mais aquela indecisão violenta, tão atentada em me perturbar. Insisto em pensar num amor diferente, mas não persisto, tolo, na ideia de correr desesperado à sua procura; quero mais é que o tal do amor venha ao meu encontro e que tranquilos possamos desfrutar a beleza de um viver arejado.